Revista Ars, ano 7, n. 13, 2009, Programas de Pós-Graduação da ECA-USP, São Paulo, pp. 42-49.

Um sopro de Luz e Letra em meio ao caos

Marcelo Tomazi*

 

Evidentemente, não há retorno possível. Querendo ou não, estamos presos à ciência. O1 melhor é tirar o máximo de proveito da situação. Quando chegarmos a compreendê-la e reconhecermos plenamente a sua beleza e o seu poder, veremos que (...) fizemos um negócio muito vantajoso para nós.1

 

Partindo do pressuposto de Carl Sagan, resta-nos agir em busca de “tirar proveito” do status quo, ou seja, utilizar os avanços científicos, tendo sido compreendidos ou não, em nome dos passos a serem dados, do dia de amanhã. Se estamos imergidos, precisamos é saber nadar ou, no mínimo, respirar sob as águas. Porém o aprendizado é lento, mais lento que a necessidade de aplicação do mesmo. Dessa forma, é preciso agir, atuar, navegar. Enquanto o conhecimento científico incorpora-se à prática e o tempo urge, devemos seguir em frente. Mais adiante, nos diz Sagan, compreenderemos o que aconteceu e, otimista, ele afirma que reconheceremos ter feito um “bom negócio”. É possível que seja. Especialmente porque esperar seria a pior das alternativas. Ao contrário do que afirma o dito popular, quem espera só alcança a poeira sob os pés. Mas em que medida esse avanço científico pode ser aproveitado positivamente, humanizando nossos corações? Há diversos caminhos, nem todos óbvios ou explícitos, mas um deles é, correntemente, lembrado com carinho: a arte. Através da arte o homem se vê como entidade, como “ser” em um meio, seja o ambiente ou o cosmo. E vê a si mesmo, voltando-se para o abismo. Grita e obtém o eco de sua parca voz. Arte e Ciência navegam juntas, desde os primórdios. E não poderia ser diferente: como produzir poética sem a subversão da matéria bruta? O conhecimento não vem antes, como profetizou Sagan, vem do processo, do embate ou combate – que de toda forma é um choque contra algo. Se não vamos compreender agora, independente da ação ou omissão, melhor agir com firmeza de propósitos e fazer da experiência o caminho para o (auto)conhecimento. Diante desse ponto de vista, poderemos analisar e entender melhor a arte (ou tipo de arte) que dialoga com a ciência e com a tecnologia: a ciber arte ou arte tecnológica.

Diversos autores e artistas voltaram seu olhar para essas conexões2, buscando compreender o novo mundo e, na seqüência ou por conseqüência, compreenderem a si mesmos. Se desde sempre os avanços científicos e tecnológicos foram matérias-primas para a arte, enquanto assunto, tema, substância ou combustível, os artistas coligados a essas pesquisas obtinham certa vantagem estratégica. Pelo menos nos últimos 50 anos3 os vínculos se intensificaram e as pesquisas cresceram enormemente. Artistas do mundo todo, inclusive do Brasil, aventuraram-se a desenvolver trabalhos – teóricos ou poéticos – no campo da assim chamada “arte-tecnologia”. Não há espaço para citar todos nem seria relevante aqui, mas cabe destacar a versatilidade de um deles, o brasileiro Eduardo Kac, exemplificada por seu  livro Luz & Letra: Ensaios de arte, literatura e comunicação, reunião de seus textos publicados nos anos 80 com objetivo de circular idéias, afirmar as bases da sua arte, e estabelecer no espaço público o então novo repertório da cultura digital.

Kac nasceu no Rio de Janeiro e graduou-se pela Faculdade de Comunicação Social da PUC. Sua atuação como artista plástico tem início no começo da década de 1980, quando fez uma série de performances de conteúdo político e satírico em espaços públicos, como na Cinelândia e na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, e nas escadarias da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Seus primeiros vínculos com a tecnologia datam de 1982, quando criou seu primeiro poema digital, e 1983, quando criou seu primeiro holopoema, ou poema holográfico um novo veículo e linguagem expressiva que se apropriava das técnicas do holograma5. Já em 1985 Kac realizou trabalhos na rede videotexto4, precursora da Internet, e também realizou a primeira exposição de holopoesia, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, e na Escola de Artes Visuais do Parque Laje, no Rio de Janeiro. Sobre o quase esquecido videotexto, Kac diz que “o sistema (...), instalado no Brasil pela Telesp em 1982, consiste na ligação entre um aparelho televisor e um banco de dados, localizado em um computador de grande porte, através da linha telefônica”6. Os holopoemas de Kac foram experiências estéticas e lingüísticas singulares, como ele mesmo afirma em um texto originalmente publicado em 1985 e reproduzido no livro Luz & Letra:

 

Em meus holopoemas, letras tridimensionais esculpidas com raio laser flutuam no ar. Surgem e desaparecem, mudam de forma e de cor, alteram sua posição no espaço em função do ângulo de observação do espectador. Única em suas possibilidades, a holopoesia prenuncia o futuro em que a escrita deixará de estar enclausurada no plano do suporte.7

 

Essa transição do poema impresso para o suporte eletrônico, historicamente, deu-se com a eletropoesia de Kac (1982-1984), que previa a apropriação de meios tecnológicos quaisquer como suportes para poemas de cunho visual. Dessa forma, “a eletropoesia está muito mais próxima da música e das artes plásticas que da literatura”8. O desprendimento da página impressa foi uma constante nos movimentos literários da segunda metade do século XX e a poesia, que rapidamente vinculou-se às artes plásticas, esteve na vanguarda da discussão. Dessa forma, muitos poetas das letras tradicionais tornaram-se poetas das imagens, como o francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), com seus poemas-desenhos, ou “ideogramas”, como ele mesmo os denominou.

 

Mas voltemos a Kac: em 1986 ele organizou a mostra "Brazil High Tech", na Galeria de Arte do Centro Empresarial Rio, e foi artista-residente do Museu de Holografia de Nova Iorque, onde aprofundou suas pesquisas de poesia visual em ambiente tecnológico. Durante toda a década de 1980 ele participou de várias exposições individuais e coletivas, principalmente com seus holopoemas, expondo no Rio de Janeiro e em São Paulo, entre outras cidades. Escreveu, igualmente, dezenas de artigos sobre arte eletrônica, literatura e cultura de massa, em sua maioria publicados nos jornais Folha de São Paulo, O Globo e Jornal do Brasil9. Além de artista, Kac mostrava-se profícuo escritor e teórico. Em 1989, mudou-se para os Estados Unidos onde obteve, em 1990, seu mestrado em artes plásticas na The School of the Art Institute of Chicago, instituição da qual tornou-se, mais tarde, professor e diretor do Departamento de Arte e Tecnologia. Em 2003 concluiu o doutorado no Center for Advanced Inquiry in the Interactive Arts, na University of Wales College, em Newport, Reino Unido.

 

Pioneiro de novas formas e suas correspondentes nomenclaturas para a arte, Kac concebeu e desenvolveu projetos inovadores e muitas vezes polêmicos, sangrando limites e propondo novos olhares para a obra e também novos comportamentos para o público – que poderia ser “co-autor”10, em certa medida, e/ou parte da própria obra. A holopoesia, seu primeiro campo de investigação na área da arte tecnológica, estabeleceu-se firmemente, ao longo dos anos de 1980, “como uma nova linguagem verbal e visual que explorou as flutuações formais, semânticas e perceptuais, da palavra/imagem no espaço-tempo holográfico”11.

 

Mais tarde, por volta de 1986, ele propôs e desenvolveu a “arte da telepresença”, quando apresentou, também na mostra "Brasil High Tech", um robô de controle remoto com o qual os participantes interagiam, conforme ele mesmo relata: “em meio a holopoemas e hologramas cinéticos, um organismo eletrônico dialoga com um robô humanóide, para espanto de centenas de seres humanos que se acotovelam na Galeria de Arte do Centro Empresarial Rio, na fatídica noite de 07 de abril”12. A “arte da telepresença”, denominação dada por Kac para tais projetos, é uma nova área de criação artística que se baseia no deslocamento ou na transferência dos processos cognitivos e sensoriais de um participante para o corpo de uma máquina (ou um robô), que se encontra em um outro espaço geograficamente remoto13, qualquer que fosse, e ambos interligados por uma conexão ponto-a-ponto – linha telefônica ou telegráfica, satélite, rádio, etc. Outra obra de telepresença, Uirapuru, de sua autoria, recebeu o prêmio do júri internacional na Bienal do InterCommunication Center, em Tóquio, em 1999.14

As obras de Kac são exibidas regularmente na América do Sul e do Norte, na Europa, na Austrália e na Ásia, sendo uma das agendas de exposições mais dinâmicas e ativas entre os artistas brasileiros contemporâneos, conforme divulgado em seu sítio pessoal. Contudo, chamar Eduardo Kac de “artista brasileiro” é um tanto desnecessário e irrelevante. Afastado do Brasil desde 1989, ano em que fixou residência nos Estados Unidos, Kac não se vê como um artista de território: “eu não me vejo como um ‘artista americano’ ou um ‘artista brasileiro’ (...). Rótulos não são muito úteis e são freqüentemente usados para marginalizar as pessoas. Eu prefiro não estar ligado a qualquer nacionalidade ou geografia particulares. Eu trabalho com telecomunicações, tentando romper com essas fronteiras”15. Ele já publicou textos e ensaios sobre arte e poesia em livros, revistas e jornais de diversos países, comprovando seu talento e repercussão internacional. Tornou-se um dos membros do Conselho Editorial da Revista Leonardo, publicada pelo MIT Press, pela qual vem publicando, desde 1995, uma série de artigos que documentam a história da arte eletrônica no Brasil dos anos 1950 até o presente, ou seja, analisando os objetos cinéticos e luminosos de Abraham Palatnik, a computer art pioneira de Waldemar Cordeiro, a arte xerox de Paulo Bruscky e de Hudinilson Jr., as videoartes de Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Ivens Machado, Letícia Parente e Sônia Andrade, os objetos elétricos e eletrônicos de Mario Ramiro, o vídeo teatro de Otávio Donasci e até mesmo as videographics de Hans Donner16, entre muitos outros. Como editor-convidado da revista Visible Language, publicada pela Rhode Island School of Design, publicou, na segunda metade da década de 1990, uma antologia chamada New media poetry: poetic innovation and new Technologies, sobre as relações da arte poética com as novas tecnologias. Além de escrever a introdução da antologia, Kac também contribui com um ensaio sobre a holopoesia. Como se pode ver com bastante clareza, um artista-escritor com extensa produção.

Pois uma parte importante dessa produção teórica e textual pode ser encontrada no belo livro “Luz & Letra: Ensaios de Arte, Literatura e Comunicação” (isso mesmo, os três campos, pois Kac não se interessa por divisões ou nichos, ele vê as áreas se interligando, especialmente quanto às suas obras). É um livro referencial para quem se interessa pelas ligações, cada vez mais fluentes e visíveis, entre arte e tecnologia. Publicado em 2004 pela editora carioca Contra Capa (e ainda não reeditada), a obra reúne, pela primeira vez, artigos e ensaios de Eduardo Kac publicados originalmente em jornais e revistas de 1982 a 1988. Apesar do pequeno espaço de tempo, o volume é de uma densidade e abrangência impressionantes e isso fica claro pelo subtítulo. Kac discute obras de sua autoria e de seus pares, transitando com facilidade por esses três campos, as artes visuais, genericamente conhecidas, a literatura visual contemporânea e os meios de comunicação, inclusive os de uso restrito, como os satélites. Afinal sua produção artística ao longo de quase toda a década de 80 ocorreu dentro da chamada “poesia visual”, que une as artes visuais à literatura, e também nas artes acionadas ou interagidas à distância, a telepresença. “Luz & Letra” é uma obra autoral, cuja escrita possui forma talhada cuidadosamente, mas ao mesmo tempo é um estudo histórico de respeito, um dos poucos para essa época e assunto, pelo menos um que tenha sido escrito por quem viveu e fez parte de tudo.

Segundo Paulo Herkenhoff, anteriormente diretor do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro e curador de Bienais de São Paulo e do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, e também autor do prefácio, havia dois livros necessários para a discussão do campo que aproxima arte e tecnologia: um deles é “Luz & Letra” e o outro, por ser escrito, seria um completo e detalhado documento sobre a produção artística de Kac17. O livro apresenta-se dividido em quatro seções: “artes plásticas” (que ao longo dos anos 90 ficaram mais conhecidas como “artes visuais”), “tecnologia e comunicação”, “literatura” e um anexo intitulado “documentos”. Kac retoma artistas pioneiros, como Hudinilson Jr.18, Otávio Donasci19 e Harriet Casdin-Silver20, discute arte xerox, arte satélite e arte high-tech, sempre aproximando a produção poética e plástica dos meios eletromecânicos. Como os escritos foram produzidos para periódicos especializados ou catálogos de exposição, as características variam um pouco, porém o enfoque é sempre voltado a elucidar, apresentar e discutir artistas e técnicas. As artes experimentais e alternativas estão sempre presentes, porque interessavam a Eduardo Kac. Assim, uma parte do livro é reservada a discutir sua produção de arte holográfica, ou “holopoema”, conforme termo que ele mesmo cunhou e defendeu e que hoje é referência para esse tipo de arte.

 

“Luz & Letra” é mais que um resgate histórico, é uma obra pontual que assinala práticas e produções efervescentes ao longo de toda a década de 80 (e que se estenderam além), no âmbito das relações entre arte e tecnologia. Melhor ainda, o tom é de alguém que viu de perto e fez parte dos eventos. A obra é ricamente ilustrada, tornando os debates ainda mais consistentes. A inclusão de fotografias coloridas e a impressão em papel couché valorizam o produto. Vale um olhar mais atento ao capítulo “documentos” em que Kac nos presenteia com anexos interessantíssimos, como um roteiro de cinema holográfico, intitulado “Holoscape”, e o belo storyboard para “Art Sat Link” (este criado com Mario Ramiro), além de um esboço para “Ornitorrinco”, um de seus projetos de telepresença. Por isso e muito mais, “Luz & Letra” marca seu espaço e deixa margem para os próximos movimentos. Aguardemos, pois, que a próxima obra, preconizada por Herkenhoff, venha sem seguida. O mundo precisa de muito mais Luz e Letra.

  

 

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 SERVIÇO:

 

Título: Luz & Letra: ensaios de arte, literatura e comunicação

Editora: Contra Capa

Ano de publicação: 2004 - 1ª edição

Número de páginas: 432

Formato: 16 X 23 cm

ISBN: 85-86011-86-X

 

 

REFERÊNCIAS:

 KAC, Eduardo. Luz e letra: ensaios de arte, literatura e comunicação. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2004.

 KOSTIC, Aleksandra; DOBRILA, Peter Tomaz (Ed.). Eduardo Kac: teleporting an unknown state. Maribor: Kibla, 1998.

SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SANTOS, Nara Cristina. Arte (e) tecnologia em sensível emergência com o entorno digital: projetos brasileiros. Porto Alegre, 2004. Tese (doutorado) – Curso de Pós-Graduação em Artes Visuais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

SILVEIRA, Marcelo Tomazi. O DNA da criação artística em Eduardo Kac: uma engenharia construtora e reveladora de limites. Porto Alegre, 2006.  Dissertação (mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Artes Visuais,  Universidade Federal do Rio Grande do Sul.



NOTAS

1 SAGAN, p. 28.

2 Ou “hyperlinks”, uma junção de “hypertext”, o hipertexto, e “link”, elo ou vínculo. O hipertexto, por sua vez, é uma forma de apresentação ou organização de informações escritas em que blocos de texto estão articulados por remissões (coisas que remetem a outras coisas), de modo que, em lugar de seguir um encadeamento linear e único, o leitor pode formar diversas seqüências associativas, conforme seu interesse. Considerando as múltiplas e distintas ligações entre ciência e arte, esse termo é bem-vindo.

3 Parece existir consenso entre os pesquisadores da história da computação que o primeiro computador a possuir recursos gráficos de visualização de dados numéricos foi o Whirlwind I, desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology em 1950. As finalidades eram acadêmicas e, também, possivelmente militares, pois logo em seguida o comando de defesa aérea dos EUA desenvolveu um sistema de monitoramento e controle de vôos que convertia as informações capturadas pelo radar em imagem em um tubo de raios catódicos (na época uma invenção recente) no qual o usuário podia apontar com uma caneta ótica. Nessa época os computadores eram desenvolvidos apenas para fazer pesados cálculos físicos e matemáticos, não sendo próprios para o uso e desenvolvimento da computação gráfica, setor que interessa aos artistas que trabalham com imagens.

5 Resumidamente, é uma chapa fotográfica em que são registradas figuras resultantes da superposição das ondas de um feixe de radiação com as ondas que foram refletidas por um objeto, e que se obtém mediante os raios de um dispositivo laser. Invenção do húngaro Dennis Gabor (1900-1979) em 1948.

4 Sistema interativo de comunicação, anterior à Internet, no qual elementos alfanuméricos e gráficos eram transmitidos de uma central de computador via linha telefônica ou cabo e então eram apresentados na tela de um aparelho televisor ou monitor de computador à medida que o usuário solicitava a informação por meio de dispositivo de acesso, como o teclado.

6 KAC, 2004, p. 112.

7 Ibid., p. 37.

8 Ibid., p. 275.

9 Boa parte deles reunidos no livro Luz & Letra (Contra Capa Livraria, 2004), da coleção N-Imagem, organizada por André Parente e Cátia Maciel. Analisaremos precisamente essa obra logo em seguida.

10 Sobre a autoria de artes digitais em rede, Nara Cristina Santos diz que “a experiência, através da rede, só é possível pela co-autoria do interator no entorno digital. Também podem ser considerados co-autores aqueles que acessam a imagem via-Internet e que estão interconectados. (...) Reside nesta experiência o olhar do outro, que é também o olhar externo e transfigurado...” (2004, p. 337). A pesquisadora refere-se especificamente ao projeto Genesis, de Kac, mas as afirmações podem ser aplicadas a outros trabalhos. Nesse caso, devemos entender “co-autor” como um agente no nível da ação da obra, quando ela acontece publicamente, quando é vivenciada.

11 Conforme dados biográficos publicados virtualmente no sítio oficial de Eduardo Kac: http://www.ekac.org/.

12 KAC, op. cit., p. 56.

13 O prefixo “tele” significa “longe”. Por essa razão, a arte da telepresença proposta por Kac compreendia a interação e/ou fruição de uma obra-projeto à distância, ou seja, não havia a necessidade do espectador estar à sua frente. Ela “funcionava” ou era acionada independente de sua localização – e isso podia ocorrer com o uso de um telefone, um dispositivo conectado à Internet, um controle remoto, etc.

14 Dados extraídos da biografia oficial do artista, op. cit. Mais informações biográficas e técnicas sobre Kac podem ser obtidas na dissertação de mestrado “O DNA da criação artística em Eduardo Kac: uma engenharia construtora e reveladora de limites”, de minha autoria, cujo texto integral pode ser acesso no sítio:

http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000578136&loc=2007&l=6168ebcef07544e4

15 KOSTIC; DOBRILA, 1998, p. 13. Tradução nossa a partir do texto original em inglês, escrito por Simone Osthoff, intitulado “Object Lessons”. Originalmente publicado em World Art, n. 01, 1996, p. 18-23.

16 Sobre o conhecido e controverso vídeo artista da Rede Globo de Televisão, Kac afirmou, em 1985: “Embora conservadores não percebam nada, Hans Donner talvez esteja fazendo o melhor computer graphics do mundo. Suas vinhetas e aberturas são verdadeiras obras-primas com alta complexidade de realização e enorme impacto.” (KAC, op. cit., p. 37).

17 Ibid., p. 17.

18 Hudinilson Urbano Júnior (São Paulo, 1957), artista multimídia, experimentou múltiplas expressões artísticas ao longo de sua carreira, como desenho, pintura, arte postal, graffiti, xerografia, performance e intervenções urbanas, nas quais o corpo humano masculino é um tema recorrente. É um dos pioneiros no uso da arte xerox no Brasil.

19 Profissionalmente é cenógrafo de teatro e produtor de eventos especiais, mas celebrizou-se no terreno da arte-tecnologia pelo seu projeto do videoteatro, primeiramente por meio de suas videocriaturas e posteriormente com suas performances multimídia.

20 Uma das pioneiras da arte holográfica: “Casdin-Silver (…) foi uma importante figura no desenvolvimento da arte das instalações e da arte tecnológica nos anos 60. O trabalho de Casdin-Silver é reconhecido internacionalmente e vem sendo exibido repetidas vezes nos últimos 25 anos em museus, galerias e universidades nas Américas, Europa e Ásia”, conforme o sítio do Museu e Parque de Esculturas DeCordova, USA. Tradução nossa a partir do texto “Harriet Casdin-Silver: The Art of Holography”, sem autoria especificada, referente à exposição realizada de 26 de setembro de 1998 a 03 de janeiro de 1999.



* Mestre em História, Teoria e Crítica de Arte pela UFRGS e professor dos cursos de Design de Produto e Design Gráfico na Universidade de Caxias do Sul, RS.


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